29.8.05

CRÍTICA: O preço de uma verdade

O PREÇO DE UMA VERDADE

Paloma Nogueira

O filme: O preço de uma verdade (Shattered Glass) lançado em 2003 (EUA) pelo estúdio Lions Gate Films INS., com direção e roteiro de Billy Ray, baseado em artigo de Buzz Bissinger, edição de Jeffrey Ford, tem no núcleo de elenco principal: Hayden Christensen (Stephen Glass), Peter Sarsgaard (Charles Lane), Chloë Sevigny (Caitlin Avey) e Rosário Dawson (Andy Fox). Foi gasto o valor de U$$6 milhões para produzir o filme baseado em fato real.

O drama se passa em Washington onde o jovem jornalista, Stephen Glass, é contratado por uma importante revista: The new republic, que faz parte da leitura de bordo do presidente dos Estados Unidos. Acontece que o ambicioso rapaz tende ascender fazendo-se o mais popular, carismático e competente dentro da equipe, até que sua farsa é descoberta por uma grupo de jornalistas do Forbes On line. Glass criava suas notícias e fontes, formando uma teia de “informações”, forjando suas matérias ilusórias que ilustram praticamente todo o seu trabalho publicado no The new republic.

O personagem real descrito no filme declarou a agência Associated Press o quanto se arrepende de ter forjado as matérias e que tem feito tratamento psiquiátrico, para ajudá-lo a entender o porquê das atitudes realizadas em 1998, período o qual trabalhou na revista. E admite: “foi muito doloroso e difícil de assistir. Era um passeio pela pior parte da minha vida, que eu mais me sinto envergonhado. E pela qual me arrependo. Apesar disso, é um bom filme”.

A trama desenrolada em 103 minutos com o fundo musical de Michael Dana, apesar de ter recebido uma indicação para o Globo de Ouro para melhor ator coadjuvante e quatro indicações para o Independent Spirit Awards nas categorias de melhor filme, roteiro, fotografia e ator coadjuvante, é um filme fraco (salvo reflexão da ética jornalística) que não prende a atenção do público.