14.10.05

Homosexual e o preconceito

O HOMOSSEXUAL E O PRECONCEITO


A cada ano vem aumentando o número de manifestantes nas Paradas do orgulho de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT) em todo o país. Isso se deve ao fato de que as pessoas já estão se acostumando a dividir os mais variados ambientes sociais com indivíduos que antigamente eram vistos como portadores de uma doença ou que sofriam de algum tipo de distúrbio comportamental. Por muitas vezes, essa parte da população teve que se esconder nos guetos das grandes cidades para viverem suas vidas, pois a circulação destes nas avenidas e ambientes “familiares para pessoas descentes” era considerada imoral.
No filme Madame Satã, o ator Lázaro Ramos vive um personagem gay que retrata uma árdua realidade de um jovem negro da década de 30, analfabeto e morador de barro pobre (Lapa - Rio de Janeiro) onde sente na pele a humilhação e agressão física por parte dos policiais e patrões. Na trama ele adota uma criança e constitui um ambiente familiar ao lado da mãe da menina e um amigo, também homossexual, que vivem da prostituição.
Ainda hoje, a idéia de adotar uma criança por casais GLBT é um tabu, tanto para a comunidade heterossexual como homossexual. A questão mobiliza opinião publica, política e religiosa que defendem o direito da família formada pelo núcleo de pai e mãe exercendo seus papeis. Segundo o artigo publicado pela antropóloga Miriam Goldenberg para a Folha, 93% das lésbicas e 83% dos gays são a favor da adoção. Isso representa o valor familiar que elas têm a mais que os homens. O fato é que ainda não existe, no Brasil, uma lei que regularize casamento entre pessoas do mesmo sexo, e muito menos a adoção de crianças por esses casais. Enquanto isso, um número significativo da população brasileira vai saindo dos guetos e mostram a cara nas principais avenidas do país reivindicando seus direitos e quebrando um preconceito construído ao longo dos anos. E é assim que é feita a conquista social: por meio de batalhas e reivindicações até atingir o objetivo ideal.