14.10.05

Solidão dos imigrantes

A SOLIDÃO DOS IMIGRANTES

A saudade é uma palavra que só existe no nosso dicionário, talvez oriunda do grande número de imigrantes que povoaram o Brasil desde a sua “descoberta”.
Portugueses e espanhóis deixaram suas famílias, estrutura social e círculos de amizades para povoarem uma nova terra. Primeiramente usavam dos indígenas a força de trabalho e não saciados foram em busca dos africanos para trabalho escravo.
A bordo dos navios negreiros, tripulantes misturavam a água do oceano ao sal de suas lágrimas por terem sidos arrancados a força de sua terra. O filme Amistad, evidencia essa passagem dos escravos que foram extirpados de suas tribos e colocados a bordo na parte inferior de forma sub-humana.
Como tática dos traficantes de escravos, os africanos eram retirados de tribos diferentes, para que eles não pudessem se comunicar, pois cada tribo tinha sua própria língua, hoje conhecida erroneamente como dialeto.
Quando aqui chegavam, eram submetidos a humilhações e severas punições sendo considerados como objetos que produziam riquezas dos seus senhores. Muitos deles chegavam a morrer de uma doença chamada Bantu, conhecida como a doença da saudade, proveniente da amarga solidão.
Seu idioma deveria ser esquecido e aprender a língua portuguesa. Quando, enfim formavam família e vínculos afetivos no novo continente, seus “donos” decidiam que já era hora de se desfazer desse ou daquele, sofrendo assim uma nova separação.
Castro Alves, conhecido como o grande poeta dos escravos, retrata em seus versos a terrível amargura que povoava a realidade desse povo que viveu por muitos anos na esperança de retornarem a sua terra natal.
Paloma Nogueira, Clara Paixão e Dayane Trindade