A evasão escolar é um problema que vem atingindo todos os Estados brasileiros, principalmente na região Nordeste. Foi publicado no Relatório da Situação da Infância e Adolescência Brasileira, através Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que no Estado da Bahia 6,89% das crianças e adolescentes até 14 anos estão fora da escola e 19,49% são analfabetos. Entre 12 a 17 anos de idade a evasão marca 13,95% e 6,98% de analfabetos.
Alguns programas em parcerias com o governo, universidades e até empresas privadas vêm sendo implantados nas instituições educacionais públicas como é o caso do projeto Nenhum a Menos. O trabalho foi desenvolvido pelo professor José Albertino Lordelo (Ufba) e por Nicléia Gama, vice-diretora da Escola Municipal Abrigo dos Filhos do Povo, no bairro da Liberdade, onde o trabalho já tem obtido resultados relevantes.
Sabemos que nossa constituição assegura que a educação é direito de todos, mas também temos consciência, seja por meio de números estatísticos ou seja através das nossas observações do que é publicado ou até mesmo vivenciado, que na prática isso não acontece. Diversos problemas são alegados pelos educadores como falta de estímulo, recursos escassos, desvalorização da categoria, falta de apoio psicopedagogico, entre tantas outras observações. Mas, apesar de tudo isso, esses profissionais estão lutando para oferecer uma educação de qualidade dentro de suas possibilidades.
No site da Secretaria de Educação do Estado cita o professor Paulo Afonso Garrido de Paula, que no artigo Educação, Direito e Cidadania diz que: “Garantidas a vida e a saúde de uma pessoa, a educação representa o bem mais valioso da existência humana, porquanto confere a possibilidade de influir para que os demais direitos se materializem e prevaleçam. Somente reivindica aquele que conhece, que tem informação, saber, instrução, e, portanto, cria e domina meios capazes de levar transformações à sua própria vida e historia. Se a ignorância é a principal arma dos exploradores, a educação é o instrumento para a transposição da marginalidade para a cidadania, única medida do desenvolvimento de um povo. Inexiste algo mais nobre do que socializar o conhecimento, de vez que aquele que ensina aprende o real sentido do saber, e aquele que aprende ensina o verdadeiro propósito de educar”, comenta.
Em entrevista para o site do jornal A Região, a Deputada Federal, Alice Portugal (PCdoB-Ba) diz que acredita na participação da sociedade para melhorias do sistema educacional do Estado por meio de cobranças dos políticos. “Lamentavelmente a terra de Anízio Teixeira e Rui Barbosa, o berço da cultura nacional, é hoje a campeã nacional em números absolutos de analfabetos. Será que o baiano tem menos capacidade de aprendizagem? Com certeza não é isso, é porque a oportunidade de acesso à escola ainda é baixa, mesmo com o Fundef. A Bahia continua com alto grau de evasão escolar e a qualidade ainda é absolutamente deficitária. Os professores ganham muito mal na Bahia e a APLB tem se debatido em greve e lutas gigantescas, da qual sou parceira integral. Na semana passada os professores estaduais fizeram uma paralisação pela certificação, o adicional de periferia, o reajuste digno. Só dois níveis irão receber o 8.15% do reajuste, uma situação absurda”, declara a Deputada.
Confira vídeos que tratam sobre o tema: