6.9.07

Comentário – UNE: democracia e nostalgia

É inegável a contribuição da União Nacional dos Estudantes (UNE) no processo histórico político educacional do país nos últimos 70 anos. Sempre atuante e com um foco democrático, essa entidade participou de várias manifestações, entre elas as de combates ao avanço das idéias nazi-fasistas durante a Segunda Guerra Mundial, lançaram uma campanha em 1947 chamada: “o petróleo é nosso”, que resultou na criação da Petrobrás e diversos movimentos ligados ao regime político brasileiro.
Hoje, embora muitas discussões apontem os jovens brasileiros como um grupo acomodado - talvez essa seja a idéia que as diversas mídias tentam mostrar por meio da publicidade e programas fúteis para esse público -, percebemos que boa parte deles se interessam e se envolvem com questões ligadas a política, economia e movimentos sociais.
Ao falar da UNE nos remetemos aos tempos do combate à ditadura com uma certa nostalgia (anos 60-70), quando haviam cerca 230 mil universitários cadastrados. Hoje, esse número sobe para 5 milhões. Mas o que isso quer dizer? Os estudantes atualmente são mais engajados? O número das faculdades cresceram em todo país a partir do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e isso faz com que um número maior de pessoas ingressassem nas instituições de ensino.
Atualmente, a diretoria da União Nacional dos Estudantes está nas mãos da gaúcha Lúcia Stumpf (PCdoB), que milita há 25 anos e é a quarta mulher a se tornar presidente dessa instituição. Antes dela, a UNE teve Clara Araújo (1982/83), Gisela Mendonça (1986/87) e Patrícia De Angelis (1991/92) ocupando essa posição de destaque que, muitos consideram como uma escada para o poder, pois muitos dos antigos membros entraram no cenário da política brasileira.
A democracia é um dos temas mais fresados pela atual presidente. Ela pretende lançar debates ligadas ao meio ambiente, racismo, homofobia, legalização doaborto, das drogas, construir mais Circuitos Universitários de Ciência e Cultura.

Presidentes:

1938/39 - Valdir Borges
1939/40 - Trajano Pupo Neto
1940/42 - Luís Pinheiro Paes Leme
1942/43 - Hélio de Almeida
1943/44 - Hélio Mota
1945/46 - Ernesto da Silveira Bagdocimo
1946/47 - José Bonifácio Coutinho Nogueira
1947/48 - Roberto Gusmão
1948/49 - Genival Barbosa Guimarães
Abril-Julho 1950 - José Frejat
1950/51 – 1951/52 - Olavo Jardim Campos
1952/53 - Luis Carlos Goelver
1953/54 - João Pessoa de Albuquerque
1954/55 - Augusto Cunha Neto
1955-1956 - Carlos Veloso de Oliveira
1956/57 - José Batista de Oliveira Jr.
1957/58 - Marcos Heusi
1958/59 - Raimundo Eirado
1959/60 - João Manuel Conrado
1960/61 - Oliveiros Guanais
1961/62 - Aldo Arantes
1962/63 - Vinícius Caldeira Brant
1963/64 - José Serra
1965/66 - Antônio Xavier/Altino Dantas
1966/68 - José Luiz Guedes
1968/69 - Luís Travassos
1969/71 - Jean Marc van der Weid
1971/73 - Honestino Guimarães
1979/80 - Rui César Costa Silva
1980/81 - Aldo Rebelo
1981/82 - Javier Alfaya
1982/83 - Clara Araújo
1983/84 - Acildon Paes Leme
1984/86 - Renildo Calheiros
1986/87 - Gisela Mendonça
1987/88 - Valmir Santos
1988/89 - Juliano Coberllini
1989/91 - Cláudio Langone
1991/92 - Patrícia De Angelis
1992/93 - Lindberg Farias
1993/95 - Fernando Gusmão
1995/97 - Orlando Silva Júnior
1997/99 - Ricardo Capelli
1999/01 - Wadson Ribeiro
2001/03 - Felipe Maia
2003/05 – 2005/06 - Gustavo Petta
2007... - Lúcia Stumpf