A Amazon apresentou o novo leitor de livros eletrônicos há duas semanas, com o objetivo de expandir para livros didáticos e jornais. Contudo, a empresa terá que conquistar os estudantes, o que não será fácil, segundo alguns especialistas. Na opinião de Susan Kevorkian, do instituto IDC em entrevista para a Folhapress, a Amazon precisa oferecer uma coleção vasta de livros didáticos para impulsionar as vendas do Kindle DX entre estudantes. Em resposta genérica, a Amazon diz estar trabalhando em parcerias com três grandes editoras desse tipo de livro. David Weir, analista do site BNET e ex-professor de jornalismo da Universidade de Standford, é mais sucinto: o Kindle é para gente mais velha. Para ele, o aparelho é caro, não tem boa resolução de imagem, não tem as cores nem a funcionalidade do iPhone. Estudantes da Universidade da Califórnia em Berkeley conversaram com a reportagem. E deixaram claro que a Amazon esqueceu aspectos da vida universitária que vão além dos livros – a começar pelo preço, que assusta um grupo conhecido pelas limitações no orçamento. Uma prática tradicional nas universidades americanas é o uso de apostilas criadas pelos próprios professores e que reúnem artigos de autores variados. Os estudantes duvidam que a Amazon possa reunir esses artigos no Kindle. Também é comum que alunos dividam anotações. A estudante de biologia molecular Vishlli Loomba, 18, diz que o fato de não poder compartilhar on-line suas anotações feitas no aparelho tira um pouco a atratividade do Kindle DX.