26.4.11

Onde estão os futuros professores?

Quando um jovem demonstra interesse em prestar vestibular para educação, geralmente escuta da família e dos amigos palavras de pouco incentivo, como: “Você está louco? Vai ser pobre” ou “Tem certeza? Você é tão inteligente que poderia estudar qualquer outra coisa”. O resultado está no baixo número de universitários nos cursos de Pedagogia e Licenciatura. De acordo com uma pesquisa encomendada pela Unesco, o estudante de educação no Brasil vem das classes mais baixas, provenientes de escolas públicas e muitos chegam à universidade com alguma defasagem em sua formação, inclusive em Língua Portuguesa. A dificuldade aparece, principalmente, na interpretação de texto e na escrita.
A profissão do professor na nossa cultura está sempre ligada a “uma missão” ou “vocação” que chega a ser como uma espécie de sacerdócio, cujo desempenho deve ser realizado com amor. Essa visão foi construída ao longo da história, quando o ensino passou a ser um direito de todos e não apenas da elite. Muitos professores leigos foram contratados para desempenharem a função sem nenhum tipo de formação e essa realidade só passou a ser encarada há pouco tempo pelo governo, que vem propondo alguns projetos nesse sentido. A categoria por sua vez, reivindica as péssimas condições físicas e materiais das escolas, bem como o baixo salário, falta de formação continuada de qualidade e plano de carreira.
Sem grandes atrativos, como conquistar novos profissionais que até demonstram interesse pela profissão, mas desistem por não verem nela um futuro promissor?