Essa semana uma nova polêmica envolvendo o MEC ganhou as manchetes dos jornais. Trata-se de um livro didático para jovens e adultos distribuído para 4.236 escolas com supostos erros de concordância.
De acordo com a norma culta da linguagem escrita o livro estaria com erros. Acontece que as expressões utilizadas estão dentro do que é previsto pelos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), onde a escrita da linguagem oral baseada em regionalismo para ilustrar uma narrativa é aceita.
Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, defende a importância da diversidade do gênero literário e que "cabe à escola ensinar as convenções ortográficas e as características da variedade linguística de prestígio", disse em entrevista para o site 180graus. De acordo com a mesma reportágem do site, o linguista Evanildo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, faz críticas aos PCNs: "Há uma confusão entre o que se espera da pesquisa de um cientista e a tarefa de um professor. Se o professor diz que o aluno pode continuar falando 'nós vai' porque isso não está errado, então esse é o pior tipo de pedagogia, a da mesmice cultural. Se um indivíduo vai para a escola, é porque busca ascensão social. E isso demanda da escola que lhe ensine novas formas de pensar, agir e falar", conclui.
O problema desse tipo de texto é que o educador precisa ter claro os objetivos que espera alcançar com o material e fazer com que os estudantes percebam a diversidade da linguagem oral no seu país e compreendam a forma culta da escrita de acordo com as normas gramaticais.