20.11.06

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

RESUMO

Este artigo discute a Educação Ambiental de forma ampla, apresentando um estudo bibliográfico sobre a importância da Alfabetização Ecológica nesse período escolar. Para os professores, é imprescindível o conhecimento das teorias que envolvem a Eco Alfabetização para o desenvolvimento e acompanhamento mais detalhado dos seus alunos no processo. Nos últimos anos, muito se tem debatido sobre os problemas ambientais de maneira global e tem-se tentado criar uma consciência ecológica nas pessoas, contudo poucos são os que adotam práticas consideradas corretas pelos ambientalistas. A partir disso, procuramos em teóricos como Fritjof Capra, que desenvolve pesquisa nessa área, uma forma de entender como se dá o processo alfabetizador nessa perspectiva onde o estudante começa não somente uma vida escolar, como também social. O artigo tem o objetivo de: discutir a importância do estudo de Fritjof Capra e outros autores, na formação da consciência ecológica, identificar quais os principais problemas encontrados pelos professores no processo ensino – aprendizagem e analisar de que forma as escolas podem trabalhar a partir dos conceitos desses autores. No primeiro momento, veremos como surgiu o interesse de se fazer uma pesquisa no campo da Educação Ambiental, o principal pensador e questões que nortearam a pesquisa. Em seguida, apresentaremos a teoria sistêmica e como o professor pode trabalhar nessa perspectiva e concluiremos apresentando algumas sugestões de trabalho e projetos a serem realizadas nas turmas de Educação Infantil e Séries Iniciais do ensino Fundamental.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Alfabetização Ecológica, Ensino – Aprendizagem, Teoria Sistêmica, Fritjof Capra.

INTRODUÇÃO

A idéia de pesquisar o tema Educação Ambiental surgiu após a professora Mônica Rodrigues apresentar a ementa da disciplina - que focava o jornalismo científico e ambiental - solicitando seminários que tratassem da agenda 21. Decidimos por meio de sorteio que ficaríamos com a Educação Ambiental, o que gerou uma grande alegria, pois acreditamos que todo processo educativo de conscientização e aprendizagem deve ser feito com o auxílio de instituições educacionais por envolver uma série de questões que norteiam os processos cognitivos.
Durante todo o semestre temos refletido e pesquisado as reais contribuições da Educação Ambiental de forma a desenvolver capacidades e habilidades para a nossa atuação como jornalistas. Pensando nisso surgiu à questão: Como podemos apresentar essas questões para que os educadores disseminem nas suas turmas e na comunidade educativa?
O estudo dos reais problemas ecológicos abordados na Agenda 21 aplicado na educação tem sido apresentado por muitos autores, que fazem uma maior reflexão baseados na teoria sistêmica que será comentado nesse artigo.
Nos últimos anos ouvimos falar muito em uma nova forma de atuar na área pedagógica, contudo muito pouco foi apresentado em relação a Educação Ambiental. Inúmeros autores vêm ganhando destaque nas academias com trabalhos voltados para esse tipo de abordagem focado na crise do meio ambiente do qual todos nós pertencemos formando uma grande rede. Uma teia.
Estudos nessa área têm mostrado como questões de hábitos conseqüentes da conscientização realmente fazem sentido para qualidade de vida no planeta e como esse trabalho influencia e faz todo sentido para o processo ensino-aprendizagem. Dentre os teóricos enfatizados nesse artigo, Fritjof Capra é proeminente no estudo de como essas duas faculdades (educação sistêmica e educação ambiental), agindo de forma dialética, contribuem no desenvolvimento do ente.
Levando em consideração esse processo, surgiram alguns questionamentos como:
a) Quais as contribuições que Capra trouxe para a educação Ecológica?;
b) Como a teoria sistêmica influencia no processo educacional?;
c) De que forma a escola pode atuar nessa perspectiva ecológica?.
Para responder as questões, primeiramente será analisada a teoria sistêmica, levando em conta as contribuições para o campo educacional. Logo depois, discutiremos mais a fundo a Educação Ambiental apresentada na Agenda 21 de forma que os educadores tenham uma noção do trabalho sugerido por Capra, concluindo assim a perspectiva ecológica aplicada na escola.
A pesquisa será desenvolvida através de coleta de dados por meio de pesquisas bibliográficas e por revistas especializadas.

II – ABORDAGEM SISTÊMICA

Na década de 30, a maior parte das reflexões sobre o pensamento sistêmico havia sido formuladas apenas por psicólogos da abordagem gestaltiana, ecologistas e biólogos organísmicos, que logo depois introduziram conceitos da física quântica no que se refere ao domínio do átomo e das partículas sub-atômicas. Um aspecto importante deve ser atentado nesse artigo como os de totalidades integradas onde as prioridades não podem ser reduzidas a uma parte menor, que constitui o sistema total.
No processo de aprendizagem, o sujeito só poderá compreender a teoria sistêmica partir da sua realidade. A criança deve se perceber integrada no meio ambiente e compreender como o impacto que uma das partes envolvidas (família, escola, comunidade, etc.) pode causar no todo. A aprendizagem discutida aqui é a rede de relações. Se houver um desequilíbrio no todo, as partes sofrerão alterações. É esse o pensamento que norteia discussões na visão ecossistêmica e da abordagem holográfica do saber, do conhecimento e do universo, onde tudo acontece sempre por meio da subjetividade do observador e na interação com o outro, ou seja, o pensamento é processual partindo para a desordem caótica onde “há o movimento da ordem para a desordem, desta gerando uma nova ordem. Nessa teoria do caos, o comportamento só pode ser previsto num certo lapso de tempo” (FAGALI).
A complexidade do ser humano permite maiores possibilidades de desorganizar, reorganizar e se criar a partir do caos e, esse desequilíbrio é a condição necessária para buscar novas formas de aprender. Portanto o processo de aprendizagem-ensino deve partir da real necessidade do aluno, levando em consideração seus conhecimentos prévios em relação a temática e por meio de observação e pesquisa. Estimular os alunos é fundamental.

Os problemas globais com o meio ambiente crescem a cada ano, a medida que os descobrimos eles tendem a nos levar a outros e outros. Podemos dizer que esses problemas precisam ser estudados e resolvidos isoladamente. Eles precisam ser vistos como parte de uma grande crise que enfrentamos. Esses problemas são chamados pro Capra de problemas sistêmicos, ou seja, que estão interligados e são interdependentes. Por exemplo, só será possível estabilizar a população quando a pobreza for reduzida em âmbito mundial.
E qual seria então a solução para esses problemas? Segundo Capra algumas soluções são até mesmo simples, mas requerem uma mudança radical em nossos costumes e valores. A partir do ponto de vista sistêmico a solução mais viável seria a agregação para o meio de vida sustentável.
Este seria o grande desafio da nossa história: construir comunidades sustentáveis, isto é, criar “ambientes sociais e culturais onde podemos satisfazer as nossas necessidades e aspirações sem diminuir as chances das gerações futuras”.
O norueguês Arne Naes, no início da década de 70, fundou uma escola filosófica científica que divide a ecologia em dois parâmetros. Esta distinção, hoje, pé amplamente aceita pelos pensadores ambientalistas contemporâneos; é a distinção entre ecologia rasa e ecologia profunda. A ecologia rasa é antropocêntrica, centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores e atribui à natureza apenas o valor de uso. A ecologia profunda não prepara seres humanos ou qualquer outra coisa do meio ambiente natural. O ser humano, para a ecologia profunda, está inserido como um fio particular na teia da vida, como qualquer outro. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados e sim como várias redes interdependentes e interconectados. A ecologia profunda ainda “questiona todo esse paradigma com base numa perspectiva ecológica: a partir da perspectiva de nossos relacionamentos uns com os outros, com as gerações futuras e com a teia da vida da qual somos parte”.
Existem também outras escolas filosóficas importantes sobre ecologia: a ecologia social e a ecologia feminista ou ecofeminismo. “A percepção ecológica profunda parece fornecer a base filosófica e espiritual ideal para um estilo de vida ecológico e para o ativismo ambientalista. No entanto, não nos diz muito a respeito das características e dos padrões culturais de organização social que produziram a atual crise ecológica. É esse o foco da ecologia social”. (CAPRA, 1998).
O ecofeminismo está ligado a dominação patriarcal de mulheres por homens como todas as formas de dominação e exploração, assim como a forma de exploração e dominação do homem com a natureza. Os ecofeministas mostram que a exploração da natureza tem marchado de mãos dadas com a das mulheres. Liga a historia das mulheres com a historia do meio ambiente.

III – AGENDA 21 E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Capra em seu artigo: Alfabetização Ecológica: o desafio para a educação do século 21, Capra propõe uma metodologia baseada na compreensão da alfabetização ecologia perpassando por todas as disciplinas curriculares atentando para a importância das comunidades sustentáveis, que são aquelas capazes de satisfazer suas necessidades sem comprometer as futuras gerações. A compreensão dos princípios de organização desenvolvidos pelos ecossistemas para a manutenção da teia da vida é fundamental e a isso Fritjof capra chama de alfabetização ecológica. Outro aspecto que deve ser abordado é o de ecologia profunda onde o homem não é separado do meio ambiente. O professor pode aprofundar esse conceito a partir de pesquisas filosóficas e sociológicas.
Os sistemas vivos podem ser entendidos como ecossistemas, assim sendo, a família, a cidade, a escola, enfim, todas instâncias da sociedade estão inclusas nas comunidades de organismos. A teoria dos sistemas mostra que todos os sistemas vivos partilham de princípios e propriedades comuns o que significa que a teoria sistêmica poderá ser integrada em todas as disciplinas com o objetivo de descobrir semelhanças e diferenças entre os mais diferentes fenômenos.
Fundador Atual e diretor do Centro para Alfabetização Ecológica em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos, Fritjof Capra defende a educação ambiental como um dos pilares principais para um modo de vida sustentável.
O conceito de sustentabilidade foi introduzido no inicio da década de 1980 por Lester Brown, que definiu comunidade sustentável aquela que seja capaz de satisfazer ás próprias necessidades sem reduzir as oportunidades das gerações futuras. Uma comunidade sustentável não precisa ser inventada do zero. Ela deve ser planejada de modo que os estilos de vida, negócios, atividades econômicas, estruturas físicas e tecnologias não interfiram nessa capacidade da natureza de manter a vida.
De acordo com Capra, o primeiro passo a tomar para que esse novo meio de vida tenha sucesso seria o entendimento da ecologia através da compreensão dos princípios de organização que os ecossistemas desenvolveram para manter a teia da vida. Um dos processos científicos mais apropriado para estudo da ecologia é a teoria dos sistemas vivos, que envolve uma nova maneira de ver o mundo e é conhecido como “pensamento sistêmico”. “Significa pensar em termos de relações, padrões e contextos (...). Uma nova linguagem para descrever a complexidade dos sistemas vivos. Todo organismo - planta, microorganismo - é um todo integrado, um sistema vivo”. (CAPRA, 1998).
O primeiro passo para entender o pensamento sistêmico da vida é reconhecer que o meio ambiente é constituído de redes, que é o padrão básico da organização dos seres vivos. Os ecossistemas são compreendidos em termos de teias alimentares, ou seja, rede de organismos; por exemplo, os organismos são redes de células e as células são redes de moléculas. A vida na sociedade também pode ser compreendida em termos de redes só que redes de comunicação, conhecida como cultura. “Através da cultura, os indivíduos adquirem identidades como membros de uma rede social”.“É importante perceber que as redes vivas não são estruturas materiais como uma rede de pescar ou uma teia de aranha. São redes funcionais, redes de relações entre vários processos. Em uma célula, por exemplo, estes processos são processos de reações químicas entre as moléculas. Na teia alimentar estes processos são processos de nutrição, de organismos comendo uns aos outros”. (CAPRA, 1998).
Quando implantamos o pensamento sistêmico ao estudo das múltiplas relações entre os seres vivos devemos levar em consideração alguns princípios básicos da ecologia. Capra dá exemplos de como podemos definir esses princípios; “princípios de sustentabilidade”, “princípios da comunidade” ou “fatos básicos da vida”, são eles:
· “Nenhum ecossistema produz resíduo, já que resíduos de uma espécie são o alimento de outras”;
· A matéria circula continuamente pela teia da vida;
· A energia que sustenta estes ciclos ecológicos vem do Sol;
· A diversidade assegura a resiliência;
· A vida, desde o seu início há mais de três bilhões de anos, não conquistou o planeta pela força, e sim através de cooperação, parcerias e trabalho em rede.”

Capra desenvolve um projeto no centro de Ecoalfabetização na Califórnia, que amplia meios de ensinar as crianças os princípios básicos de ecologia e o pensamento sistêmico; a horta. Com anos de projetos e ensinamentos, Capra descobriu que plantar uma horta na escola e usá-la como recurso para preparo de refeições é um projeto perfeito para experimentar o pensamento sistêmico. Na horta as crianças aprendem sobre ciclo alimentar, ciclos de plantio, cultivo, colheita, compostagem e reciclagem. Além de fortalecer o aprendizado ecológico, com a horta as crianças ainda podem aprender as vantagens da agricultura orgânica. Em vez de recorrer a fertilizantes químicos, as plantas podem ser enriquecidas com estrume, restos de capim e outros materiais orgânicos que completam o ciclo ecológico. Através da horta as crianças podem desenvolver a compreensão do crescimento e desenvolvimento, quem não é essencial somente para o meio ambiente e sem para a vida. O cultivo de legumes, hortaliças e outras plantas na escola é um das melhores formas de tornar as crianças ecologicamente alfabetizadas e desse modo aptos para contribuir para a construção de um futuro sustentável.
E para os educadores a melhor maneira para ensinar o pensamento sistêmico seria através das artes, pois além de reforçarem a dimensão emocional das crianças, tem sido cada vez mais reconhecido como componente essencial no processo de aprendizagem.
Ensinar esses saberes é uns dos passos mais importantes para a alfabetização ecológica e educação no século XXI. A educação ambiental não deve se iniciar apenas no ensino fundamental nas escolas, ela deve progredir desde as crianças até adolescentes do ensino médio, nas universidades e nos cursos de educação para treinamento dos futuros professores.
Capra explica a importância da educação ambiental nas escolas e a implantação dela em diversos lugares, como a comunidade. Ela se baseia em princípios básicos do meio ambiente e se seguidos pode refletir num grande bem para todos e para o meio ambiente.“Alfabetização ecológica: nossa capacidade de compreender os princípios básicos da ecologia e viver de acordo com eles. Este é um empreendimento que transcende todas as diferenças de raça, cultura ou classe social. A Terra é nosso lar comum, e criar um mundo sustentável para nossas crianças e para futuras gerações é uma tarefa para todos nós”. (CAPRA, 1998).
O que acontece hoje em dia com o meio ambiente está relacionado a todos nós, cada ser humano na Terra. Infelizmente, nem todos estão ativamente preocupados com isso. Poucos cientistas e ambientalistas em atividade estão engajados na corrida contra a perda da nossa biodiversidade, ou seja, nossa rica herança de vida vegetal e animal. “O problema é de difícil solução, pois a perda da biodiversidade é, em grande escala, o resultado indireto de outras atividades, tais como a produção de alimentos e o uso da energia”.
Um dos maiores causadores da perda da biodiversidade é a mudança climática no planeta induzida pelo dióxido de carbono (CO2), que diminui a camada de ozônio e acidifica lagos e florestas.
E esse problema não é algo novo. Lester Brown identifica três soluções que podem ajudar a gerar uma resposta de escala necessária: “melhores informações, internacionalização da questão e maior conscientização da população.”
Resolver a intercionalização seria uma forma de se voltar para as nações unidas (ONU) e suas conferencias especiais sobre o meio ambiente.

IV – ORIENTAÇÃO PARA OS PROFESSORES

No ano de 1988, foi promulgada a nova Constituição Federal que contava com um capítulo relacionado ao meio ambiente, onde determinava ao Poder Público, em seu parágrafo 1º, Inciso VI, “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. Em 1992 foi aprovado pela Comunidade Internacional a Agenda 21, que é um documento onde contém compromissos para mudança do padrão de desenvolvimento no século 21.
Para o educador que se propõe trabalhar com projetos ambientais na escola é necessário o conhecimento da real dimensão dos problemas ambientais, considerando conceitos de comunidades sustentáveis além de repensar as estratégias de para se trabalhar a questão em sala de aula.
Quando o tema é meio ambiente, boa parte das escolas deixam a cargo da disciplina de biologia ou ciências, esquecendo que o assunto pode e deve ser trabalhada de maneira inter e transdisciplinar. A educação é necessária para que a conscientização seja formada. Segundo Morin, é necessário ensinar a condição humana e a identidade terrena. A primeira diz que é, antes de qualquer coisa, situar o indivíduo no universo e não a parte. O desenvolvimento deve se dar em conjunto das autonomias individuais, participação comunitária e principalmente pelo sentimento de pertencimento. Para ensinar a identidade terrena é necessário a compreensão da condição dos homens no mundo bem como a condição do mundo humano, ou seja, um é pertencente e dependente do outro. “Pose-se esperar uma política a serviço do ser humano, inseparável da política de civilização, que abriria o caminho para civilizar a terra como casa e jardim comuns a humanidade” (MORIN, 2005).
O autor citado defende a idéia de precisamos agir de maneira emergencial para salvar o planeta do legado do século 20 que é a possibilidade da morte ecológica e a única forma de se resolver o problema é através da educação ou então a humanidade estará lançada ao suicídio.
Para Capra, a criação de comunidades sustentáveis é o maior desafio dos nossos tempos. A sociedade sustentável seria aquela capaz de satisfazer suas necessidades sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuras. Essa sustentabilidade não implicaria em uma imutabilidade das coisas. É um processo dinâmico de coevolução e é exatamente aí que entra a alfabetização ecológica onde é exigida a compreensão dos princípios organizatórios referentes a todos os seres vivos que os ecossistemas desenvolvem para a sustentabilidade da vida. Para Fritjof Capra, há seis princípios da ecologia que dizem respeito diretamente a sustentação da vida que são:

· Ciclos – todos os organismos vivos produzem resíduos constantemente.
· Redes – em todas as escalas da natureza, encontramos sistemas vivos alojados dentro de outros sistemas vivos
· Energia Solar – é a energia solar, transformada em energia química pela fotossíntese das plantas verdes, que move todos os ciclos ecológicos.Alianças (parcerias) – as trocas de energia e de recursos materiais num ecossistema são sustentadas por uma cooperação generalizada.
· Diversidade – quanto maior a biodiversidade de um ecossistema, maior a sua resistência e capacidade de recuperação.
· Equilíbrio Dinâmico – todas as variáveis flutuam em torno do seu valor ótimo.
“um processo no qual nossos objetivos humanos são cuidadosamente inseridos na grande rede de padrões e fluxos do mundo natural. Os princípios do projeto ecológico refletem os princípios de organização que a natureza desenvolveu para sustentar a teia da vida” (CAPRA, 2002). O que precisamos deixar claro é o que podemos aprender com a natureza e não o que podemos extrair.

V – O QUE DIZ O PCN?

Os Parâmetros Curriculares Nacional (PCNs) trás na sua coletânea o livro de meio ambiente que deve ser seguido pelos professores do Ensino Fundamental (1º e 2º ciclo) das redes públicas de ensino em todo país. Ele propõe que o professor adquira conhecimentos para serem partilhados com seus alunos. Veremos uma listagem de temas a serem dominados pelos educadores:

· A questão ambiental
· Crise ambiental ou crise civilizatória?
· A educação como elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental
· Educação ambiental e cidadania
· Noções básicas para a questão ambiental
· Meio ambiente e seus elementos
· Sustentabilidade
· Diversidade
· Algumas visões distorcidas sobre a questão ambiental
· Ensinar e aprender em Educação Ambiental
· Os ciclos da natureza
· Sociedade e meio ambiente
· Manejo e conservação ambiental
· Observar as características do meio ambiente e identificar a existência de ciclos e fluxos da natureza
· Identificar as intervenções com as quais a sociedade local vem realizando transformações no ambiente, na paisagem, nos espaços em que habita ou cultiva
· Contribuir para a conservação e a manutenção do ambiente mais imediato em que vive
· Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais utilizados pelos alunos
· Participar de atividades que envolvem tomadas de posição diante de situações relacionadas ao meio ambiente
· Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente (urbano e rural)
· Perceber a relação entre qualidade de vida e um ambiente saudável
· Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis
· Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e relações de causa-efeito que condicionam a vida no espaço e no tempo
· Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de conservação e manejo dos recursos naturais com os quais integram, aplicando-os no dia-a-dia
· Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural
· Identificar-se como parte integrante da natureza
Dessa maneira apresentada, o professor deve estar atento a que precisará recorrer a outras formas de pesquisa que não seja apenas a acadêmica e a formação oferecida pela instituição. Os projetos devem ser elaboradas a partir da necessidade daquela comunidade educativa para que seja de fato significativa para os estudantes de maneira que eles se sintam parte dessa teia da vida defendida for Capra.

REFERÊNCIAS

BROWN, Lester R. E hoje falaremos de biodiversidade...Isso mesmo, biodiversidade. Capturado no sítio: www.uma.org.br . 2003.

CAPRA, Fritjof. In: Virando o jogo. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. Cultrix. São Paulo, 2002.

_____________. A teia da vida: Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. São Paulo: Cultrix, 1998. São Paulo: Editora Cultrix.
_____________. In: Alfabetização Ecológica: o desafio para a educação do século 21. Meio ambiente no século 21. Pág 19-33


FAGALI, Eloísa Quadros (Org.). Múltiplas faces do aprender: novos paradigmas da pós modernidade. São Paulo: Editoras Unidas Ltda, 2001.
FERRAZ, Marilia Fanucchi. In: educação e meio ambiente: um compromisso com as gerações futuras. Temas em Educação II – Livro das Jornadas 2003. Ed. Futuro Congressos e Eventos Ltda. Ribeirão Preto – Sp. 2003.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 10ª edição. Ed.Cortez, Unesco. São Paulo, 2005.
NOVA ESCOLA. Fazer e aprender: relógio de sol. Edição de agosto de 2006. Ed. Abril.

NOVA ESCOLA. Terrário: um pedaço da natureza na sala de aula. Educação de novembro de 2005. Ed. Abril.

NOVA ESCOLA. O direito de todos à água potável é lição em ciências. Edição de março de 2005. Ed. Abril.
NOVA ESCOLA. De olho no aquecimento global. Edição de janeiro/fevereiro de 2005. Ed. Abril.

NOVA ESCOLA. Água: a economia que faz sentido. Edição de junho/julgo de 2004. Ed. Abril.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Meio Ambiente e Saúde – Temas Transversais. Voluma 6. Secretaria da Educação Fundamental. – 3ed. – Brasília, 2001.